Ano passado, quando fazia cursinho, alguns professores nos indicavam filmes para assistirmos, seja por estar de acordo com a matéria ou só por diversão mesmo. Dessas indicações, o mais interessante que vi foi, para minha surpresa, o que um professor de química falou. Um documentário chamado Zeitgeist (Uma expressão alemã que em tradução livre seria algo como “o espírito do tempo”). Esse professor era meio garotão, com seu jeito meio deslumbrado, falou para as pessoas da minha sala assistirem esse documentário pois era ótimo, cheio de teorias da conspiração e que iria abrir nossa mente e blá blá blá.
Eu sinceramente não sou muito fã de teorias da conspiração, portanto nem dei muito credito de inicio, achando que seria mais um documentário sensacionalista que fala mal dos EUA, desses existem aos montes. Contudo, um ano, aproximadamente, se passou e outras pessoas, que pra mim tinham mais crédito do que meu professor, me indicaram também este filme, então eu acabei procurando-o para assistir. Minha primeira surpresa foi descobrir que ele é disponibilizado gratuitamente em sua pagina oficial na internet, junto com legendas de diversos idiomas, incluindo o português Brazuca. Fiz o download, o assisti e acabei me surpreendendo com o que vi.
O documentário é dividido em três partes e tem como intuito mostrar como são construídas a 3 bases da sociedade ocidental, principalmente a sociedade norte americana.A religião, a industria bélica e o Governo, me lembrando agora de um trecho de uma musica do desajustado Marlin Manson (“do you love your guns?"/"god?"/"your government?" Yeah!). Através de uma argumentação bem estruturada, uma linguagem simples, sem muita sofisticação, mas com apuro na hora de construir, entre outras coisas, os seus pensamentos chave, com musicas, pronunciamentos ou imagens fortes. Peter Joseph, diretor do filme, tece uma critica a essas instituições, declarado-as falsas e construtoras de uma sociedade que tende a uma homogeneidade apocalíptica, digna de livros como Admirável Mundo Novo,de Aldous Huxley, e 1984,de George Orwell.
No primeiro
capitulo, chamado de “A maior história já contada”, o narrador vai nos explicando como diferentes religiões que atuaram no mundo durante diferentes períodos da história possuem um estrutura muito similar, influenciadas principalmente pela astrologia e formas religiosas mais primitivas, como a egípcia, e como o catolicismo cristão não foge disso, com os mitos do velho e do novo testamente tendo como figura principal o messias Jesus. A idéia principal é mostrar como foi construída a figura do messias, em uma analogia a milhares de outras religiões, mostrando que acreditar nessa história é um erro, e como é um erro deixar que ela se transforme em uma arma para uma instituição ou um grupo de pessoas que comandam sua vida a partir de sua Fé. Independente de minha visão religiosa, que não vem ao caso, devo alertar aqui, porém, que caso você vá ver o documentário e eu espero que veja, tenha cuidado pois por mais convincente que possam parecer os argumentos utilizados por Joseph, muitas vezes eles se mostram errôneos, tendo apenas uma pequena pesquisa desmentindo-os, mostrando como sua generalização é falha. Entretanto devemos abstrair dela apenas a idéia que fé + ignorância não são uma boa pedida.

Seguindo em frente, como que abruptamente, após finalizar esses pensamentos com frases de efeito, se inicia a segunda parte do filme, chamada de “O mundo inteiro é um palco”. Focando-se no eventoscorridos no dia 11/09 de 2001, Zeitgeist tenta mostrar, através de depoimentos e da desconstrução do plano terrorista anunciado pelo governo americano, que, na realidade, os ataque faziam parte de um plano ainda maior comandado, entre outros, pela industria armamentista que, veridicamente, é uma das mais lucrativas dos EUA. Esse plano seria o de criar um evento de calamidade nacional que criasse um grande temor na população que passaria a apoiar a iniciativa de entrar em guerra com os paises árabes dentro da questão, no caso o Afeganistão, que na época era governada pelo Taleban, um grupo extremista islâmico que era comandado por Osama Bin Laden. Entrando em guerra com o Afeganistão, seria fácil entrar em conflito com o seu aliado Iraque, que era comandado pelo ditador Sadam Russain. O interesse dos EUA, além de manter o estado de guerra, que gera lucro, seria o de ganhar domínio naquela região que é conhecidamente um grande reservatório de petróleo, que nos tempos de hoje é quase como se fosse ouro. Quando digo criar um evento de calamidade, está no sentido literal da palavra. Segundo o documentário, o dinheiro que financiou o treinamento dos seqüestradores e suicidas teria vindo de cofres americanos, além disso as estruturas dos prédios do World Trade Center ruíram muito mais por influencia de explosivos que já estavam colocados no prédio..... é, nessa parte eu devo parar, pois acho que o documentário fala por si próprio. Digo, fiquei completamente perplexo, não que tenha acreditado piamente no que é dito ali, até por que como você pode ter percebido, tudo isso parece ser muito forçado, mas a lógica implicada no argumento usado pelo filme é muito forte.
Como terc
eira, ultima, maior e mais estarrecedora parte, talvez a que mais me preocupa apesar de megalomaníaca, foi batizada de “Não se importe com os homens por detrás da cortina”. Nela é dicutido sobre quem governa nos EUA na realidade, o seu sistema bancario. Mas não o de qualquer banco, mas sim o do Banco Central, que emite a moeda do dollar e controla o setor financeiro do país. Controlando o Dollar, ele consequentemente domina a moeda que é usada como lastro do setor financeiro mundial, na atualidade, o que gera a base da influencia imperialista que este orgão, que supostamente seria formado por uma elite de mebros de sociedades que procuram o dominio dos governos mundiais através, obviamente, do dinheiro, do aculturamente e da alienação, tendo a mídia como principal aliada neste intento. Posso não ter sido muito claro, mas isso é de propósito para lhe dar ainda mais curiosidade de ver o filme, mas devo dizer que, apesar de toda a fantasia que possa se atribuir ao que é ditto, nesta parte derradeira do documentario existe algo que não pode ser negado: o sistema governamental de diversos países, ou seja, isso não se restringe aos EUA, é influenciado e muito pelas diretrizes dos meios que trazem dinheiro ou poder, além da corrupção de seus membros. No caso do Brasil isso pode ser notado no setor agrário, quando leis de proteção à áreas verdes ou o abrandamento da pena contra crimes ambientais são aprovados em beneficio do setor ruralista dentro do governo.

A parte disso, o documentário acaba com uma mensagem revolucionária meio que utópica, porém que de certo modo eu também concordo. Concordo no sentido que, assim como ele, acredito que o tão falado “Sistema”, que nos rege e controla, é falho e foi feto para beneficiar uns em detrimento dos outros. Porém não acredito em uma grande revolução mundial contra o que o próprio ser humano construiu, neste quesito eu já me tornei bem cético e pessimista. Para mim, o que vale agora é tentar diminuir minha ignorância, pois só assim você consegue realmente ir contra o Sistema, usando-o contra si próprio. Saber o que diz a constituição, as leis trabalhistas, as leis de transito e o código do consumidor já é um grande passo para o que o documentário chama de liberdade como cidadão.
Acho que valeria também dizer que o Zeitgeist tem uma segunda parte, que funciona mais como um adendo ao que é dito na primeira, que se relaciona com outros documentários como “ A decepção Obama” e, sendo esse realmente recomendável de assitir, “A revolução que não foi televisionada”... Mas eu paro por aqui pois eles são assunto para outras postagem, deixo aqui apenas o link do site onde poderão achar o Documentário.