sábado, 24 de julho de 2010

Memória Digital


É claro que a informática nos trouxe uma forma de ver o mundo totalmente diferente do que era há 10 anos. As comunicações ficaram muito mais rápidas e eficazes, o entretenimento também aumentou muito dando inúmeras opções de distrações, mais uma das principais vantagens da tecnologia é a facilidade no armazenamento de dados, sejam eles, fotos, filmes, músicas, textos e etc.
Essa facilidade de armazenamento nos gerou uma memória digital, onde é possível se acessar as fotos de aniversários passados em apenas alguns cliques, sem a necessidade de buscar por toda a casa os álbuns dentro de caixas, ou então mostrar aquele especial de fim de ano do Roberto Carlos pela milésima vez para a sua avó sem ter precisado ficar algumas horas em frente à televisão gravando o programa e pausando durante os comerciais.
Porém, a praticidade não é a maior vantagem, mas sim a segurança no armazenamento dos dados. Tiramos como exemplo a biblioteca de Alexandria, que foi praticamente destruída em um incêndio, destruindo histórias únicas que ali estavam. Imagine se na época já houvesse a tecnologia que temos hoje, seu arquivo estaria totalmente digitalizado, e os manuscritos originais teriam se perdido, porém o mais importante, seu conteúdo estaria a salvo pra sempre.

Alguns links de acervos digitais:

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O que nos tem a dizer o " Espírito do Tempo" ?


Ano passado, quando fazia cursinho, alguns professores nos indicavam filmes para assistirmos, seja por estar de acordo com a matéria ou só por diversão mesmo. Dessas indicações, o mais interessante que vi foi, para minha surpresa, o que um professor de química falou. Um documentário chamado Zeitgeist (Uma expressão alemã que em tradução livre seria algo como “o espírito do tempo”). Esse professor era meio garotão, com seu jeito meio deslumbrado, falou para as pessoas da minha sala assistirem esse documentário pois era ótimo, cheio de teorias da conspiração e que iria abrir nossa mente e blá blá blá.

Eu sinceramente não sou muito fã de teorias da conspiração, portanto nem dei muito credito de inicio, achando que seria mais um documentário sensacionalista que fala mal dos EUA, desses existem aos montes. Contudo, um ano, aproximadamente, se passou e outras pessoas, que pra mim tinham mais crédito do que meu professor, me indicaram também este filme, então eu acabei procurando-o para assistir. Minha primeira surpresa foi descobrir que ele é disponibilizado gratuitamente em sua pagina oficial na internet, junto com legendas de diversos idiomas, incluindo o português Brazuca. Fiz o download, o assisti e acabei me surpreendendo com o que vi.

O documentário é dividido em três partes e tem como intuito mostrar como são construídas a 3 bases da sociedade ocidental, principalmente a sociedade norte americana.A religião, a industria bélica e o Governo, me lembrando agora de um trecho de uma musica do desajustado Marlin Manson (“do you love your guns?"/"god?"/"your government?" Yeah!). Através de uma argumentação bem estruturada, uma linguagem simples, sem muita sofisticação, mas com apuro na hora de construir, entre outras coisas, os seus pensamentos chave, com musicas, pronunciamentos ou imagens fortes. Peter Joseph, diretor do filme, tece uma critica a essas instituições, declarado-as falsas e construtoras de uma sociedade que tende a uma homogeneidade apocalíptica, digna de livros como Admirável Mundo Novo,de Aldous Huxley, e 1984,de George Orwell.

No primeiro capitulo, chamado de “A maior história já contada”, o narrador vai nos explicando como diferentes religiões que atuaram no mundo durante diferentes períodos da história possuem um estrutura muito similar, influenciadas principalmente pela astrologia e formas religiosas mais primitivas, como a egípcia, e como o catolicismo cristão não foge disso, com os mitos do velho e do novo testamente tendo como figura principal o messias Jesus. A idéia principal é mostrar como foi construída a figura do messias, em uma analogia a milhares de outras religiões, mostrando que acreditar nessa história é um erro, e como é um erro deixar que ela se transforme em uma arma para uma instituição ou um grupo de pessoas que comandam sua vida a partir de sua Fé. Independente de minha visão religiosa, que não vem ao caso, devo alertar aqui, porém, que caso você vá ver o documentário e eu espero que veja, tenha cuidado pois por mais convincente que possam parecer os argumentos utilizados por Joseph, muitas vezes eles se mostram errôneos, tendo apenas uma pequena pesquisa desmentindo-os, mostrando como sua generalização é falha. Entretanto devemos abstrair dela apenas a idéia que fé + ignorância não são uma boa pedida.

Seguindo em frente, como que abruptamente, após finalizar esses pensamentos com frases de efeito, se inicia a segunda parte do filme, chamada de “O mundo inteiro é um palco”. Focando-se no eventoscorridos no dia 11/09 de 2001, Zeitgeist tenta mostrar, através de depoimentos e da desconstrução do plano terrorista anunciado pelo governo americano, que, na realidade, os ataque faziam parte de um plano ainda maior comandado, entre outros, pela industria armamentista que, veridicamente, é uma das mais lucrativas dos EUA. Esse plano seria o de criar um evento de calamidade nacional que criasse um grande temor na população que passaria a apoiar a iniciativa de entrar em guerra com os paises árabes dentro da questão, no caso o Afeganistão, que na época era governada pelo Taleban, um grupo extremista islâmico que era comandado por Osama Bin Laden. Entrando em guerra com o Afeganistão, seria fácil entrar em conflito com o seu aliado Iraque, que era comandado pelo ditador Sadam Russain. O interesse dos EUA, além de manter o estado de guerra, que gera lucro, seria o de ganhar domínio naquela região que é conhecidamente um grande reservatório de petróleo, que nos tempos de hoje é quase como se fosse ouro. Quando digo criar um evento de calamidade, está no sentido literal da palavra. Segundo o documentário, o dinheiro que financiou o treinamento dos seqüestradores e suicidas teria vindo de cofres americanos, além disso as estruturas dos prédios do World Trade Center ruíram muito mais por influencia de explosivos que já estavam colocados no prédio..... é, nessa parte eu devo parar, pois acho que o documentário fala por si próprio. Digo, fiquei completamente perplexo, não que tenha acreditado piamente no que é dito ali, até por que como você pode ter percebido, tudo isso parece ser muito forçado, mas a lógica implicada no argumento usado pelo filme é muito forte.

Como terceira, ultima, maior e mais estarrecedora parte, talvez a que mais me preocupa apesar de megalomaníaca, foi batizada de “Não se importe com os homens por detrás da cortina”. Nela é dicutido sobre quem governa nos EUA na realidade, o seu sistema bancario. Mas não o de qualquer banco, mas sim o do Banco Central, que emite a moeda do dollar e controla o setor financeiro do país. Controlando o Dollar, ele consequentemente domina a moeda que é usada como lastro do setor financeiro mundial, na atualidade, o que gera a base da influencia imperialista que este orgão, que supostamente seria formado por uma elite de mebros de sociedades que procuram o dominio dos governos mundiais através, obviamente, do dinheiro, do aculturamente e da alienação, tendo a mídia como principal aliada neste intento. Posso não ter sido muito claro, mas isso é de propósito para lhe dar ainda mais curiosidade de ver o filme, mas devo dizer que, apesar de toda a fantasia que possa se atribuir ao que é ditto, nesta parte derradeira do documentario existe algo que não pode ser negado: o sistema governamental de diversos países, ou seja, isso não se restringe aos EUA, é influenciado e muito pelas diretrizes dos meios que trazem dinheiro ou poder, além da corrupção de seus membros. No caso do Brasil isso pode ser notado no setor agrário, quando leis de proteção à áreas verdes ou o abrandamento da pena contra crimes ambientais são aprovados em beneficio do setor ruralista dentro do governo.


A parte disso, o documentário acaba com uma mensagem revolucionária meio que utópica, porém que de certo modo eu também concordo. Concordo no sentido que, assim como ele, acredito que o tão falado “Sistema”, que nos rege e controla, é falho e foi feto para beneficiar uns em detrimento dos outros. Porém não acredito em uma grande revolução mundial contra o que o próprio ser humano construiu, neste quesito eu já me tornei bem cético e pessimista. Para mim, o que vale agora é tentar diminuir minha ignorância, pois só assim você consegue realmente ir contra o Sistema, usando-o contra si próprio. Saber o que diz a constituição, as leis trabalhistas, as leis de transito e o código do consumidor já é um grande passo para o que o documentário chama de liberdade como cidadão.

Acho que valeria também dizer que o Zeitgeist tem uma segunda parte, que funciona mais como um adendo ao que é dito na primeira, que se relaciona com outros documentários como “ A decepção Obama” e, sendo esse realmente recomendável de assitir, “A revolução que não foi televisionada”... Mas eu paro por aqui pois eles são assunto para outras postagem, deixo aqui apenas o link do site onde poderão achar o Documentário.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A volta do malandro: do Pasquim ao CQC.

Recentemente, fiz uma entrevista com a jornalista Christina Charão, editora do Observatório do direito à comunicação, órgão da imprensa alternativa responsável por zelar pela democratização dos meios midiáticos. Umas das perguntas que eu fiz à ela foi à respeito do alcance da mídia alternativa: como, num país onde a leitura já não é um hábito disseminado e mesmo a grande mídia impressa não é lida diariamente pela população, a mídia alternativa consegue alcançar um grande público. A resposta dela foi categórica: “Sabemos que isso é praticamente impossível, e nem é esse nosso objetivo”. Segundo Charão, seu trabalho visa, sobretudo, tornar-se referência à especialistas no gênero.
Logo, eis um desafio atual da imprensa no que diz respeito à seu objetivo principal, isto é, disseminar informação. Olhando os órgãos de comunicação dos dias de hoje, percebo que muitos já se contentam com seu público alvo adquirido e não buscam, seja por meio de uma maior fluência e oralidade no texto ou por uma democratização do acesso ao jornal, abranger esse mesmo público.
No passado, durante a década de 70, surgiu O Pasquim, um órgão de mídia alternativa por onde passaram nomes como Ziraldo, Sérgio Cabral, Millôr Fernandes, Paulo Francis, dentro outros inúmeros intelectuais da esquerda que colaboraram com o órgão. O sucesso do Pasquim, à revelia de toda a imprensa alternativa da época, se deu por aliar crítica política ao humor. Sem uma diretriz ideológica específica, mas tornando a razão da crítica acessível à todo e qualquer brasileiro, independente de sua faixa etária ou classe social, o Pasquim tornou-se uma febre que saiu da praia de Ipanema para atingir todos os lugares do Brasil, fazendo sucesso inclusive nas cidades do interior. Em uma análise feita por Bernardo Kucinski em seu livro Jornalistas e Revolucionários, o que me chama atenção no modelo do Pasquim é sobretudo uma ferramenta midiática que Kucinski chama de horizontalidade da informação. Ao passo que a grande mídia coloca o jornalista em um pedestal de onde ele fala para os leitores, seus subalternos, o Pasquim dialogava com o leitor em uma espécie de “conversa de boteco impressa”. Atendo a diretriz editorial de qualquer programa de televisão ou jornal a esses três pilares do Pasquim, ou seja, a crítica bem humorada, a linguagem acessível e coloquial e sobretudo o diálogo cara-a-cara com o leitor/espectador, qual expoente da imprensa atualmente trabalha com a mesma linha?
O CQC de Marcelo Tas trás consigo essas características em seu modelo editorial de uma forma impressionante. Nunca fui um espectador ativo do programa, e, na maioria das vezes eu descubro as pautas que estiveram nas últimas edições por meio de amigos que sempre comentam. Mas o CQC é realmente um exemplo, não de programa de humor, mas de programa jornalístico que usa o humor como uma ferramenta. Não há quem assista ao programa e passe ileso pelas informações divulgadas por Tas e sua “patota” (como eram chamados, também, a turma que compunha o Pasquim). Consigo enxergar questões essenciais à uma renovação da mídia e da política atuais no programa: desde o quadro Top 5 onde eles elegem as barbaridades semanais da televisão brasileira, até entrevistas com senadores, deputados e candidatos em voga, onde conseguem extrair dos mesmos a ignorância política que muitas vezes está presente no corpo legislativo do pais.
De um modo ou de outro e, é claro, se adaptando às novas mídias (uma vez que a televisão hoje é quase um item de necessidade básica à cada família), o CQC é o nosso Pasquim do momento. E talvez ele seja um exemplo, tanto para a mídia alternativa em geral quanto para os jornalistas, de que é possível se fazer crítica política e de costumes atingindo o grande público e estando fora dos maiores órgãos de imprensa do pais.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Em Júpiter, a transa é outra.


Ouvi You don't know me, do Caetano, pela primeira vez, por meio de uma amiga muito querida que me indicou a música. À princípio o título me pareceu bastante pretensioso, até ingênuo de certo modo porque todas as pessoas que até hoje me disseram essa frase (seja em inglês ou em português e, okay, não foram tantas) eram bastante previsíveis ao contrário do que imaginavam. Logo de cara a música me impressionou pela levada lenta, quase uma balada, e me lembrou dos tempos do teatro e dessas músicas que tendem ao relaxamento de atores. Show me from behind the wall, cantava Caetano, quase como um pedido. À princípio nem identifiquei de que época era a música, ela me pareceu bastante atemporal, cabia em qualquer álbum do Caetano e, realmente, foi regravada diversas vezes inclusive no recente (2005). Mais pro finalzinho da música, entretanto, uma voz feminina surge e diz: já temos um passado, meu amor, um violão guardado, aquela flor. E ai matei a pau: essa música com certeza era da safra do samba decadente Mora na Filosofia.
Até aquela época, Caetano Veloso para mim não era um dos meus preferidos e se resumia aos destaques da Tropicália e às bossas recentes (tais como Samba de Verão, Coisa mais Linda, etc...). Mas foi procurando mais coisas que se assemelhassem à You don't know me e Mora na Filosofia que descobri o álbum Transa (1972).
Nos idos da ditadura, Caetano se encontrava exilado em Londres e conseguiu permissão para passar alguns meses no Brasil afim de presenciar a comemoração do aniversário de casamento de seus pais. Durante a estadia, o compositor foi interpelado pelos militares que lhe propuseram que fizesse um álbum em homenagem à rodovia Transamazônica, em construção na época. A Transamazônica viria a ser um dos grande símbolos da ineficiência, da burocracia e sobretudo da burrice da administração militar - insconsciente, inconsequente, anti-ecológica. Caetano não acatou a proposta e preferiu rumar à Londres onde, alguns meses depois, produziu Transa.
Eu poderia exaltar detalhes técnicos do disco - dizer que foi o primeiro álbum a introduzir o reagge no Brasil na belíssima Nine out of ten ou que contou com a participação de nomes ilustres como Jards Macalé e Tutti Ribeiro. Mas essas coisas, acredito eu, são detalhes para puristas que enxergam a música como uma técnica e gostam desses argumentos para inflamar discussões. Eu enxergo a música como uma arte, sobretudo. E quando engajada (não necessariamente em política), é uma das artes mais sublimes. E o álbum Transa trás esse discreto incômodo que é capaz de fazer os puristas e conservadores torcerem o nariz e ao mesmo tempo penetrar na intimidade dos libertários. Todas as canções são tão envolventes que sugerem uma moleza e uma dança que agradam e que embalam o ouvinte. As letras de Transa, mesmo assim, não se desprendem da realidade que os anos 70 permitia à sua juventude - sobretudo àquela que discordava de todo autoritarismo, seja de direita ou de esquerda. We're not that strong my lord / you know we ain't that strong / I hear my voice among others / in the break of day / hey brothers / say brothers / it's a long long long way. São versos, esses, bastante emblemáticos da canção It's a long way. Outro destaque do álbum é a versão musicada do poema Triste Bahia, de Gregório de Matos. A critica implícita é tão bela que censor nenhum foi capaz de reconhecê-la e proibir a canção de ser veiculada no Brasil.
O poeta Henrique do Valle disse, em seu Vazio na carne, "Queria viver em Júpiter, onde as almas são puras e a transa é outra". Acredito, enfim, que esse álbum de Caetano é um dos indícios de qual é a transa de Júpiter ou de qualquer outro planeta que não esse, povoado de caretice e de muita gente babaca. Transa é uma álbum pra gente viva e ávida por vida. Já diria o próprio Caetano em Nine out of ten: Walking down Portobello road to the sound of reaggea, I'm alive.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Para quem quer entrar na era 3D

Só os mais puristas ou os mais alienados não perceberam ainda que o ano de 2010 está sendo um ano chave para o desenvolvimento da utilização de imagens em 3 dimensões. Eu por exemplo, comecei a perceber isso só depois de ir ver AVATAR no IMAX em 3D. Foi uma experiência e tanto, mas no começo eu achei que iria se restringir a aquilo apenas... ledo engano, só esse ano nos temos mais de 7 grandes produções, entre ficções e animações que seguem o formato estereoscópico, como ele é tecnicamente chamado. Até ai tudo bem, o mercado cinematográfico tende a aproveitar as formulas dos sucessos de bilheteria para já formarem uma corrente produtiva. Porém, para minha surpresa, eu entro na faculdade e tenho uma matéria chamada fundamentos da tecnologia audiovisual, onde grande parte do conteúdo era sobre o estudo da estereoscopia, sendo meu professor um doutorando nesse assunto ou seja, ele falou muuuuuuuuito disso durante o semestre. Sinceramente eu, agora, acho isso muito bom, por que a tendência não parou por ai..... o carnaval com transmissão 3D, saída de televisões que suportam o formato, emissoras de TV mudando seu tipo de transmissão.... cada vez mais essa tecnica vem se infiltrando na cultura áudio visual da população. Claro que para se ver um filme em uma tela de alta resolução com projetores polarizados, ainda existe um custo mais elevado no ingresso, assim como adquirir seus óculos pessoais para assistir na sua TV de plasma de 42 polegadas programada para isso.

Certo, calma eu vou explicar tudo o que disse nesse ultimo trecho. O efeito estereoscópico da imagem, ou seja, o efeito ilusório de profundidade e a criação de uma terceira dimensão a foto ou vídeo etc; pode ser formado de 3 formas. Através da polarização de raios de luz, sobreposição de imagens com canais de cor diferentes, e efeito de obturador ótico.O essencial é que você tenha duas imagens em um par estéreo, ou seja, que possuam uma diferença que seja equivalente a distancia entre os seus olhos e o objeto. O que importa é que tendo essas imagens, usar algum desses métodos para formar um sinal só, que passa pelo óculos, o qual muitos se perguntam o que ele faz, formando assim a imagem na sua cabeça. O óculos é um filtro para os padrões de cor, ou para a polarização dos raios de luz, que você ira colocar, ou emitir, em cada foto para separar a visão do olho esquerdo do olho direito, que mandarão a imagem para o cérebro que construirá o efeito. Se pensarmos no método da sobreposição com alteração de cores, também chamado de Anaglifico, teremos dois padrões de cores para sobrepor, elas são a Ciano (verde e azul) com a vermelha e a magenta (vermelha com azul) com a verde. Já o método polarizado é o padrão de mercado hoje.Esse. Esse método é o melhor na construção da imagem, porém é o mais caro, tanto na produção como no armazenamento (imagine você ter de guardar 2 vezes o mesmo filme que costuma ter um tamanho digital enorme em alta resolução, no estado bruto e sem cortes) e muito mais na exibição, pois você irá precisar de dois projetores e uma tela que suporte essa tecnologia. Por isso os preços salgados quando você vai ver um filme do tipo em salas como o IMAX, ou então comprar um televisor desse tipo, ai entrando um pouco da segregação financeira que as novas tecnologias vem trazendo.

Mas isso é uma discussão para outra hora, por que, como eu tive pouco tempo na semana passada e não pude postar aqui no blog, resolvi fazer algo especial para essa semana. Vou ensina-los como, vocês mesmo, podem criar uma foto 3D e sem gastar dinheiro, ou muito pouco. Primeiramente você deve ter algum dispositivo que tire foto, pode ser uma câmera de celular, fotográfica digital não importa só que o estado final da imagem tem de ser digital. Você pegará a câmera , e uma série de objeto s quaisquer e ira coloca-los em cima da mesa ou no chão. Coloquem os objetos em distancias variadas que vão de 50 cm, 1 m, 1,2m e 2m. Utilize uma régua para fazer isso. Também com a ajuda da régua marque dois pontos na superfície escolhida, que se distanciem em 3,3 cm caso queira focar os mais próximos e 6,5 caso queira focar os mais distantes, que é a diferença entre os pontos centrais de seus olhos. Tendo isso, com a câmera apoiada na superfície, e com a lente em uma das marcações tire a foto equivalente ao olho esquerdo, movimente a câmera até a outra extremidade e tire a correspondente ao olho direito. você irá tirar as fotos dos objetos com a câmera paralela a eles. É aconselhável que os objetos não possuam cor vermelha, os motivos para isso levam a uma explicação um pouco grande, portanto isso não vem ao caso agora.

Tendo as imagens você irá coloca-las em um computador e irá nomeá-las como olho esquerdo e olho direito. Se você não gosta de muito trabalho aqui vai uma link com uma série de programas gratuitos que irão fazer todo o processo para você lhe dando o resultado final apenas.

Já quem quer botar a mão na massa, existe um requisito importante, é preciso ter um software de edição de imagens, nos padrões do photoshop para isso, o paint também pode ser usado, mas com resultados precários. Seguindo então, você irá abrir o software e importara as fotos para dentro dele.. Se você tiver usando o photoshop, no canto inferior direito da tela você irá notar uma palheta com os dizeres Channels, ele possui os canais de cor RGB, são os padrões primários de cor de uma imagem digital. Selecionando a palheta você ira ver os canais de coloração da imagem separados em R, G e B. Selecione a foto do olho esquerdo e tire os canais de cor G (verde) e B (azul) , deixando apenas o vermelho, selecione e copie a imagem, depois cole-a sobre posta a do olho direito. Clique com o botão direito na foto e selecione a opção Blending, desselecione o canal vermelho dessa nova foto e pronto, o programa irá sobrepo-las para formar a imagem Anaglifica. Provavelmente ira acontecer uma coisa chamada crosstalk, em que as imagens que você tirou possuem alguma leve diferença assim não se encaixando perfeitamente, isso pode ser corrigido no photoshop mesmo, mas deixemos a perfeição de lado e concentremos nos resultados. Aqui vai um link com um tutorial para construção de um óculos para se ver fotos anaglificas , não escrevo aqui por que se não esse post não iria acabar mais.

Espero que vocês tenham gostado de fazer a foto e que nenhum acidente ocorra, lembrando que na captura da imagem você tem de deixar a lente em um suporte firme, em um mesmo eixo e movimentar de acordo com o explicado. Para maiores informações, temos o Google ai para isso, só digitar esterescopic making e vocês irão ver varias coisas legais. See ya